icone Linkedinicone Facebookicone Instagramicone youtube

Como a nossa indústria irá se reorganizar pós-pandemia?


Palavras da ABTSTS 220 12 de julho de 2020 | Por: Portal TS
Como a nossa indústria irá se reorganizar pós-pandemia?

A Pandemia está no ponto de queda. Ao que tudo indica o pior já passou.

Wilma Ayako Taira dos Santos

Vice-diretora Cultural da ABTS

vicecultural@abts.org.br

 

A pandemia está em ponto de queda e, ao que tudo indica, o pior já passou. Está na hora de discutir o que faremos a partir de agora e como iremos retomar nossas atividades. O primeiro passo é verificar quais foram os principais estragos, depois nos preparar para este ‘Mundo Novo’ que iremos viver a partir de tamanho tombo. E esta crise, causada pela Covid-19, foi silenciosa, invisível, imprevisível e implacável, não poupou ninguém. Mas também podemos buscar o lado otimista e ver qual é o legado que esta pandemia nos traz. Vale lembrar que os grandes saltos de desenvolvimento da humanidade, sempre se deu em situação de desconforto e de ‘crise’.

Segundo Pietro Labrida, executivo da TIM, em um artigo na Folha de São Paulo, a Covid-19 está nos obrigando a ter ‘coragem digital’, a fazer uso das ferramentas novas, da maneira de se trabalhar e de se relacionar com nossos colaboradores e clientes. A tecnologia já estava presente mas refutávamos usá-la ostensivamente, porém, agora, fomos obrigados a implementar – e rapidamente – em empresas, escolas, congresso, sociedade... tudo teve de ser adaptado para continuarmos a nos comunicar remotamente. E esta mudança já é irreversível, pudemos ver que trabalhar em home-office, fazer videoconferências, ensino à distância... funciona! Imaginem o ganho de custo de transportes, tempo de locomoção, acomodação e qualidade do ar que iremos ganhar somente com essas transformações, mesmo que em menores proporções. Com certeza, para a área comercial, o contato físico da visita presencial não deve ser substituído completamente, mas serão visitas muito mais produtivas e com propósitos reais.

Revoluções dentro da ABTS

O Brasil tem vocação para o agronegócio, área em que temos mostrado muita competência e podemos melhorar muito mais. O setor também puxa a nossa indústria, de Tratamentos de Superfície, pois, junto com o plantio em larga escala, vêm as máquinas, os equipamentos, colheitadeiras, irrigadores, sistemas de armazenamento, empacotamento, etc. Na edição passada, a Revista TS entrevistou Luiz Cornacchionni, ex-Diretor executivo da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio-, que ressaltou o papel do agronegócio para o crescimento e manutenção de nosso país. Nesta frente, desde 2019, a ABTS vem se aproximando do segmento, levando capacitação sobre um problema novo que a tecnologia trouxe ao mundo agro: a corrosão das máquinas e equipamentos nos ambientes rurais.

O tema resultou em novo curso: Especificação de Tratamentos de Superfície para Minimizar a Corrosão em Ambiente Rural; elaborado pelos nossos professores especialistas e que irá dar grande contribuição para esse segmento de mercado. Outra novidade: a ABTS também vem se preparando para ministrar os cursos on-line.

Outro movimento que irá acelerar serão as novas fontes de energias e a substituição dos combustíveis fósseis através dos veículos híbridos ou elétricos que, certamente, irão gerar novas demandas de tratamentos de superfície a exemplo do que ocorreu há algumas décadas com a implementação do álcool como combustível.

Segundo o ex-presidente da ABTS, Antonio Carlos Sobrinho: “A área de nanotecnologia ainda tem muito a colaborar nos Tratamentos de Superfície, com camadas mais finas e mais eficientes. Assim como camadas autodepositáveis, evolução das que temos no mercado hoje, conseguindo resultados até superiores ao processo e-coat”. Ou seja, muitas mudanças que geram trabalho e desenvolvimento do setor.

Mais oportunidades em TS

A cadeia do mercado decorativo de joias e bijuterias também pode se fortalecer buscando insumos e produzindo peças localmente, uma vez que já existe uma cadeia completa e bem estruturada desse segmento e os altos valores do câmbio podem inviabilizar as importações e ajudar a indústria local a se reestruturar. O Brasil já tem vários polos industriais de bijuterias fashion e de produtos mais sofisticados, conhecidos como ‘folheados’ ou ‘semi-jóias’, localizados em Limeira, São Paulo; em Guaporé, Rio Grande do Sul; e Juazeiro do Norte, no Ceará. Esse segmento atende a várias classes sociais, consumidores desses produtos, e podem se ajustar à nova era, inclusive exportando produtos que já são reconhecidos como de excelente qualidade.

Por fim, é necessário entendermos que a tecnologia já estava mostrando suas vantagens, a nova ordem é a implementação da Indústria 4.0.

A revolução da indústria 4.0 é ter um ‘olhar diferente’ sobre como tudo funciona e usar todas as novas tecnologias para ‘fazer diferente’, como tantas coisas burocráticas que muitos empresários ainda exigem dos subordinados, quando hoje há tantas ferramentas disponíveis e ‘online’.

Esta pandemia veio para acelerar o pouco uso que fazemos das tecnologias, fomos induzidos (obrigados) a fazer treinamento acelerado para poder simplesmente comunicar e manter o contato com os nossos parceiros, clientes, amigos e, até, família...

O resultado? Estamos aprendendo a fazer bom uso desta grande ferramenta de transformação. Este é o grande desafio das empresas, sejam elas grandes, médias ou pequenas; mas é, principalmente, de nós como profissionais e indivíduos, buscando integração com as novas tecnologias; não tendo ‘medo’ de adentrar neste ‘Admirável Mundo Novo’.

 

Acesse o conteúdo original Publicado na revista Tratamento de Superfície, edição 220, página 3-4

Acesse a edição 220 digital | Julho 2020

Notícias relacionadas

Este site usa cookies do Google para fornecer serviços e analisar tráfego.Saiba mais.